#45 | Latifúndio investigado: os 10 maiores pecuaristas e o avanço do etanol de milho no Brasil
Uma newsletter sobre jornalismo investigativo oferecida pelo projeto CruzaGrafos, da Abraji
Olá!
Eu sou Lucas Maia* e hoje falaremos sobre os bastidores da investigação multimídia “Nome aos Bois”, da Repórter Brasil. Publicada em novembro passado esta foi a única reportagem brasileira a vencer alguma categoria do Prêmio Gabo 2023, uma das mais prestigiadas premiações jornalísticas da América Latina.
A repórter Marina Rossi, autora da reportagem, compartilhou com a Investigadora os bastidores da produção deste especial. A investigação revelou as identidades e os negócios dos dez maiores criadores de gado no Brasil, mostrando que, juntos, eles foram multados em R$ 639 milhões por crimes ambientais. Além disso, a investigação revelou que 163 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em suas propriedades e que o governo embargou uma área de 1.400 km² de seus territórios devido ao desmatamento ilegal.
Conversamos também com a jornalista Anelize Moreira, autora da matéria "Boom do etanol de milho no Brasil pode representar menos áreas de produção de alimentos e mais desmatamento no Cerrado", publicada em O Joio e O Trigo.
A reportagem mostra que é necessário mais que o dobro de área de cultivo de milho para produzir a mesma quantidade de etanol que se obtém da cana-de-açúcar. No entanto, nos últimos 5 anos, a produção de etanol de milho cresceu impressionantes 800%. Anelize compartilhou com a Investigadora como chegou aos dados desse mercado e discutiu as possíveis razões por trás do interesse do setor agrícola nesse negócio.
Na dica do dia, conheça a sexta edição do Atlas da Notícia, uma iniciativa para mapear veículos produtores de notícias – especialmente de jornalismo local – no território brasileiro. Nesta edição, o levantamento mostra que as iniciativas jornalísticas têm crescido no Brasil, reduzindo 8,6% o número de desertos de notícias no país.
Se esta é a sua primeira vez por aqui, sinta-se em casa! Esta é uma newsletter sobre jornalismo investigativo oferecida pelo projeto CruzaGrafos, ferramenta que ajuda a investigar políticos e empresas desenvolvida em parceria pela Abraji e o Brasil.IO. O projeto conta ainda com o apoio da Google News Initiative.
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Boa leitura!
Dando nome aos bois
Quem é a elite da carne no Brasil? Foi com esse questionamento que Ana Magalhães, que naquele momento era coordenadora de jornalismo da Repórter Brasil, sugeriu a pauta que deu origem ao especial Nome aos Bois.
“Sabemos quem são os maiores vendedores de soja ou milho, por exemplo, mas quando se trata do setor da carne, é tudo um pouco mais obscuro”, conta Marina Rossi, a repórter que topou o desafio e desvendou os nomes e problemas envolvendo os negócios dos dez maiores criadores de gado do país.
#ParaTodosVerem: captura de tela da página do especial Nome aos Bois. A página com conteúdo estilizado mostra os principais tópicos da reportagem.
Levantamento inédito analisa 10 pecuaristas que estão entre os maiores do país: apenas um deles não tem problemas ambientais e trabalhistas
Repórter Brasil revela quem são os fazendeiros que desmataram a Amazônia e fizeram fortuna
9 dos 10 têm ao menos 1 fazenda na Amazônia
R$ 639 milhões somados em multas ambientais
1.400 km² de áreas embargadas por desmatamento ilegal
163 trabalhadores resgatados de trabalho escravo
Dos 10 gigantes pecuaristas, apenas 1 deles não tem problemas ambientais e trabalhistas
Dados públicos e um grande time
Marina conta que, para chegar às informações necessárias para dar sustentação à reportagem, foi preciso analisar dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), documentos de transporte animal, número estimado de cabeças de gado, multas ambientais, áreas embargadas pelo Ibama, ICMbio e órgãos estaduais e autos de infrações trabalhistas do Ministério do Trabalho.
Foram seis meses de investigação, apuração, cruzamento de dados, produção das reportagens, vídeo e da plataforma como um todo. Ao todo, 14 profissionais estiveram envolvidos no projeto, que precisou de um time relativamente grande para pôr de pé um especial que envolve desde a pré-apuração até o desenvolvimento de uma página interativa, passando por análise de dados e criação de arte digital.
“Trabalhar com um volume tão grande de dados assim, por si só, já era algo novo para mim. Então entrar nesse universo foi um desafio. Além disso, checamos e checamos novamente e mais uma vez, e aqui eu contei com uma força-tarefa essencial dos meus colegas da Repórter Brasil, gente bem mais experiente nesta área do que eu”, diz Marina.
A jornalista conta que a primeira base de dados analisada foi a do Incra, que mostra o tamanho das propriedades rurais no Brasil. A partir daí ela teve a primeira amostra de quais eram os maiores proprietários de terras do país, mas não necessariamente dos maiores criadores de gado.
“O CruzaGrafos, neste momento, foi bastante importante para me direcionar. Fui então refinando essa busca, primeiro com 100 nomes, até chegar em 10”, afirmou. A repórter também conta que conversas e entrevistas com especialistas e consultores do setor, dados de multas ambientais e reportagens em publicações especializadas também ajudaram a nortear os rumos da investigação.
#ParaTodosVerem: captura de tela do especial Nome aos Bois mostra ilustrações, nomes e características dos maiores criadores de gado do país. Estão listados: Daniel Dantas, Família Vilela de Queiroz, Família Maggi Scheffer, Família Quagliato, Ronaldo Rodrigues da Cunha, Edio Nogueira, Marcos Molina, Claudiomar Kehrnvald, Família Soares Penido e Fazenda Nova Piratininga (única sem problemas ambientais ou trabalhistas identificados).
Com os nomes mapeados, era o momento de levantar outras informações, como o envolvimento de empresas e pecuaristas com conflitos de terra e crimes ambientais. Marina explicou que as bases de dados de multas e embargos do Ibama e ICMBio deram o suporte necessário para levantar essas informações, mas não só isso.
“Também consultei as autuações estaduais e, neste caso, nem todos os estados disponibilizam essas informações com a transparência devida. Então tive que recorrer à LAI (Lei de Acesso à Informação) em alguns casos. Contei também com a ajuda do pessoal da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que fez um grande levantamento para mim. Reportagens sobre conflitos de terra, especialmente as já publicadas pela Repórter Brasil, também me ajudaram”, relata.
Desafios da apuração
Para Marina, a parte mais difícil de todo o trabalho foi conseguir contatar os representantes desses grandes pecuaristas. “Uma grande reportagem necessita apurar e ouvir bem todos os envolvidos na história. Neste caso, alguns pecuaristas chegaram até a me receber em seus escritórios para uma conversa bem franca, enquanto outros fugiram de todas as formas”.
Ela relata que, para tentar entrevistar representantes dos grupos agropecuários, precisou buscar por e-mails e telefones das fazendas e frigoríficos na internet e vasculhar reportagens que pudessem indicar algum ponto de contato.
“Muitos pecuaristas não queriam aparecer, então tive dificuldade em acessar muitos deles, que são gigantes da pecuária mas em muitos casos sequer têm um site. Cheguei a falar no departamento de marketing, compras, logística e pesquisei em bases de dados de CNPJs”.
Marina conta que até buscou advogados que, em algum momento, defenderam os pecuaristas ou suas empresas para conseguir fazer a ponte, mas mesmo assim não conseguiu ter acesso a todas as pessoas citadas na reportagem.
O esforço dos gigantes da pecuária para ficar abaixo de qualquer radar é tão grande que a jornalista foi até ameaçada de processo por um dos grandes grupos citados no especial. Até o momento, a ameaça não se concretizou. Para Marina, isso só não aconteceu por conta da solidez das bases de dados e documentos utilizados pela reportagem.
Perguntamos à jornalista quais dicas e orientações ela daria a quem deseja enveredar pelo jornalismo investigativo. Além das dicas para repórteres, Marina foi além e também opinou sobre como os veículos podem permitir a produção de mais reportagens investigativas nas suas redações.
"Acho que ter uma boa base de fontes é fundamental. E isso é construído no dia a dia, aos poucos mesmo.
Outra coisa importante é ter tempo. Já conversei com diretores de outras redações, que elogiaram muito o nosso trabalho, mas que sufocam os repórteres com as “pautas do dia”. É impossível fazer um trabalho investigativo de um dia para o outro, ou de uma semana para a outra.
Outra dica que eu acho importante é estar aberto e se interessar por outros temas além dos que você já conhece. Eu nunca havia escrito nada sobre cadeia de carne antes, mas fiquei fascinada pelo tema. É importante ser flexível."
Etanol de milho avança no Brasil
O Joio e o Trigo é um veículo que se propõe a fazer jornalismo investigativo sobre alimentação, saúde e poder. Eles identificaram uma rápida expansão da produção de etanol à base de milho e queriam investigar o que ela representava em termos de segurança alimentar e impactos socioambientais, porque, apesar de ser considerado um combustível verde, ao longo da cadeia produtiva do milho ocorrem impactos significativos que não entram na conta e não são divulgados pelo agronegócio.
Anelize Moreira é jornalista freelancer e foi escalada pelo Joio para desenvolver a reportagem que mostrou que o crescimento dos milharais com o objetivo de produzir combustível pode representar tanto a redução de áreas para a produção de alimentos quanto o aumento dos desmatamentos no Cerrado.
Ela explica que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho e a sua produção disparou por conta do apelo pela energia verde do etanol, mas lembra que isso também coincide com a proibição do avanço do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia.
#ParaTodosVerem: ilustração veiculada na reportagem mostra que para cada hectare de plantio, a cana-de-açúcar produz 6 mil litros de etanol, já o milho produz apenas 2,5 mil litros. Menos da metade da produtividade por área plantada.
“O agro, para ser pop, precisa divulgar que é verdinho, que segue as práticas de ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), que está preocupado com as questões socioambientais; ele se adequa para atender às mudanças do mercado”, comenta a jornalista.
Anelize argumenta que, quando se coloca o etanol como verde, se considera apenas o fim da cadeia, que é a emissão do carbono, mas todas as etapas de degradação ambiental são importantes e geram uma pressão significativa nos biomas. “Se há derrubada de floresta, contaminação de solo e das águas, tudo isso contribui negativamente com a crise climática”, afirma.
Ela explica que o IPCC (Painel Intergorvenamental sobre Mudanças Climáticas) vem alertando sobre o risco de substituir áreas de florestas por monoculturas e que o aumento no uso de biocombustíveis pode colocar uma pressão no uso da terra e nos ecossistemas.
Caminhos e desafios da investigação
A reportagem mostra que a produção deste tipo de etanol no país cresceu oito vezes em apenas cinco anos, passando de 520 milhões de litros na safra 2017/18, para 4,5 bilhões na safra 2022/23. A repórter também identificou que, apesar dessa expansão acontecer em áreas historicamente desmatadas, existe muito financiamento para que o crescimento continue ocorrendo, inclusive com recursos públicos.
Para entender esse movimento, Anelize pôde buscar informações em relatórios direcionados a investidores desse mercado. Ela conta que uma das apurações ocorreu nos relatórios da XP Investimentos, no portfólio focado no setor de Açúcar e Etanol FG/A e da FIAgro. “As maiores empresas desse setor estão turbinadas pelo mercado financeiro e com previsão de novas unidades em MT, GO e MS. Acompanhamos as projeções para o crescimento desse mercado e o que isso pode significar de competição com a cana-de-açúcar”, explica.
Além disso, Anelize conta que precisou apurar informações em muitas fontes, entre elas: secretarias de meio ambiente dos estados onde estão essas usinas, artigos científicos produzidos pela Universidade Federal do Mato Grosso, as bases do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), Embrapa, Conab, último Censo agropecuário, Empresa de Pesquisa Energética, além de informações divulgadas pelas usinas e entidades que representam o setor, como a Abramilho, Unem e Unica.
Ela conta que tentou buscar informações de outorgas e possíveis danos ambientais junto às agências reguladoras de água dos estados e municípios e também junto a órgãos ambientais, mas não conseguiu acesso a muitas informações importantes. A solução encontrada foi buscar estudos científicos que apontassem os diversos impactos socioambientais das monoculturas.
“Os dados que estão públicos do governo ou das empresas ainda são insuficientes e isso só vai mudar se continuarmos pressionando pela transparência dessas informações que são de interesse público. Para verificar dados de áreas desmatadas para a expansão das lavouras, para construção da estrutura das usinas, checar se são áreas griladas, tudo isso muitas vezes fica sem resposta e nosso desafio é ir apurando por outros caminhos”, afirma.
Um dos caminhos encontrados pela repórter foi utilizar dados de levantamentos da produção agrícola. “Cruzei dados do IBGE de diferentes períodos para entender se o argumento de que não eram abertas novas áreas era válido. Sem dúvida é possível avançar nessa pauta, pois há uma lacuna sobre como essa expansão de usinas está ocorrendo no país”. Na reportagem, ela mostra que nos últimos dez anos a área plantada praticamente dobrou: passou de 8,7 milhões de hectares em 2013 para 16,5 milhões em 2023.
Perguntamos a Anelize Moreira quais conselhos ela daria a quem deseja seguir carreira no jornalismo investigativo. Segue a resposta na íntegra:
"Jornalismo investigativo se faz com tempo e de forma coletiva. Para viabilizar essas produções de fôlego, é necessário cruzar informações e perspectivas, contar histórias e dados, testar hipóteses, pedir LAI, trocar com os pares sobre os caminhos da apuração (nesse caso troquei com o João Peres que me acompanhou e editou meu texto), o veículo comprar a pauta, enfim são muitas etapas.
A investigação demanda outro foco. Gostar de pesquisar e se debruçar sobre um tema é um deles. Acho que o jornalismo independente no Brasil tem cumprido esse papel de dar espaço para reportagens especiais e isso é animador. Sou freelancer e o desafio é ainda maior, mas é possível.
Um dos caminhos que tenho feito é somar com veículos que estão interessados em pautas aprofundadas, com temas que tenho interesse em estudar, fazer parcerias e também tentando viabilizar via editais ou bolsas de organizações nacionais e internacionais. Um jeito de aproximar o leitor dessas reportagens mais aprofundadas e tornar esses processos mais transparentes é abrir o processo de investigação na reportagem e dar a possibilidade de que quem nos lê acompanhe o percurso das histórias que queremos contar."
Dica do dia: Atlas da Notícia mostra o avanço de iniciativas jornalísticas no Brasil
O Atlas da Notícia, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) em colaboração com o Volt Data Lab, é um projeto que identifica e mapeia veículos de notícias em cada município do país. Com apoio da Meta e apoio institucional da Abraji e do Intercom, o projeto conta com uma rede de dezenas de voluntários espalhados pelo país que ajudam a descobrir onde estão os desertos de notícias, ou seja: cidades que não possuem nenhuma iniciativa jornalística cobrindo a realidade local.
A boa notícia é que a cada levantamento são identificados novos veículos de notícias surgindo por todo o Brasil e pela primeira vez desde 2017, quando foi lançada a primeira versão do Atlas, o país possui mais municípios cobertos por ao menos um veículo de notícia do que completos desertos de notícias.
#ParaTodosVerem: gráfico de barras mostra percentual dos “não desertos” ano após ano, considerando os 5.570 municípios brasileiros (não há dados para 2020):
2019 - 37,4%
2021 - 41,1%
2022 - 46,7%
2023 - 51,3%
Vale muito a pena conhecer melhor o projeto que fornece um importante panorama da cobertura jornalística local no Brasil. Ele tem embasado dezenas de iniciativas que buscam fortalecer o jornalismo no Brasil e é uma fonte de pesquisa fantástica para todos os que se interessam pelo tema.
Acesse os dados completos e análises detalhadas de cada região brasileira no site www.atlas.jor.br
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*Lucas Maia é jornalista e programador com experiência em Python, data storytelling e dataviz. Também é diretor de tecnologia na Agência Tatu, um veículo focado em jornalismo de dados localizado no estado de Alagoas. Acredita na atuação jornalística como forma de fortalecer a democracia e no poder de tornar dados públicos mais acessíveis a todos.
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